1 de julho de 2012

A Chinese Ghost Story 2 (Uma história chinesa de fantasma 2/1990)

ghost2 Da esquerda para direita: Leslie Cheung, Joey Wong e Wu Ma.

Diante da boa recepção pelo público, A Chinese Ghost Story ganhou uma sequência. Os atores principais retornaram em seus respectivos papeis, exceto por Joey Wong que nesse filme interpreta uma mulher de carne e osso ao invés de uma fantasma. A fórmula do primeiro filme se manteve intacta. Mas o resultado é deveras decepcionante.

O diretor Ching Siu-Tung retorna para dirigir o filme. Encorajado pelo sucesso do filme anterior, o diretor se arrisca mais nos efeitos especiais. O resultado não podia ser mais desastroso. Era notório o esforço em esconder as limitações dos efeitos especiais, mas neste filme o diretor as escancara sem nenhum pudor. Mas esse é o menor dos males. O filme tem um ritmo letárgico, com um enredo incapaz de estabelecer qualquer lógica sobre as situações que assistimos.

Depois de perder seu grande amor, o coletor de impostos Ning Tai-Shen passa a levar uma vida nem um pouco pacata. Por uma mágica que só a ficção é capaz de fazer, ele se mete numa conspiração contra o tirano governo imperial. Os rebeldes o confundem com o líder revolucionário, dentre eles está a belíssima Windy, cuja aparência é idêntica à Nieh Hsiao-Tsing. Ning Tai-Shen passa quase que todo o filme tentando se convencer que aquela pessoa não é o seu grande amor. A história do filme beira a esquizofrenia, com o sobrenatural sendo tacado no meio da trama quando os roteiristas se lembram que o filme deveria ser uma história de fantasmas e outros seres do além.

Até as lutas parecem insossas, mas nesse ponto a culpa deve ser dividida com o ator que substitui Wu Ma no papel de caçador de fantasmas. Jacky Cheung é um ator esforçado, mas a sua escalação para o papel foi de grande infelicidade. O seu personagem Autumn não somente é o responsável pelas lutas mas é o principal alívio cômico. Jacky Cheung nem de longe consegue rivalizar em carisma com Wu Ma. Por falar neste último, ele faz uma breve aparição na parte final do filme alimentando uma esperança de salvar o filme, além dos mocinhos.

Com um roteiro extremamente fraco, as limitações dos dois atores principais ficam completamente expostas. A grande química que havia entre Leslie Cheung e Joey Wong desaparece nesse filme. Leslie Cheung troca a inocência de seu personagem pela idiotice completa. Enquanto que Joey Wong fica completamente perdida, sem saber o que fazer diante da crise de identidade que sua personagem sofre causada porque um cara no mínimo esquisito a chama por outro nome. Até Michelle Reis que interpreta a irmã de Windy consegue ter mais personalidade, mas que também não é nada demais. A adição no elenco mais interessante fica sendo Waise Lee ao interpreta um oficial do governo que se sente divido entre seguir as ordens e agir conforme o que lhe parece ser correto.

O filme consegue entreter em raros momentos, principalmente quando as cenas fazem referências ao primeiro filme. Mas o momento mais inspirado do filme é quando o personagem de Waise Lee continua a lutar mesmo depois de perder um dos braços, numa clara referência ao clássico One Armed Swordman da década de 1960. Mas nem de longe o filme conseguiu repetir o mesmo sucesso, apesar de repetir a mesma fórmula. A comédia e o romance são forçados goela abaixo do expectador. O resultado final é indigesto.

Hong Kong feelings: 2/5

Título original: 倩女幽魂II 人間道 (Sien Nui Yau Wan II Yan Gaan do)

Diretor: Ching Siu-Tung

Elenco: Leslie Cheung Kowk-Wing, Joey Wong Cho-Yin, Jacky Cheung Hok-Yau, Michelle Reis, Wu Ma, Lau Siu-Ming, Tin Kai-Man, Waise Lee Chi-Hung.

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